Data: 02/04/2018
O mês de abril será mais azul. A cor simboliza o Dia Mundial pela Conscientização pelo Autismo, celebrado hoje, 2 de abril. A data é importante para marcar os esforços na luta pela inclusão e atenção qualificada aos pacientes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O envolvimento, porém, deve ser permanente, com polÃticas públicas de saúde e educação voltadas à s famÃlias.
A ação, criada em 2008 pelas Organização das Nações Unidas (ONU), chama a atenção para a importância de conhecer e tratar o transtorno que atinge mais de 2 milhões de brasileiros, segundo dados da própria organização. O objetivo é impulsionar o compromisso polÃtico e a cooperação internacional a favor de investimentos maiores nos setores sociais, educacionais e laborais das pessoas com o transtorno.
O autismo é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que tem influência genética e é causado por deformações em partes do cérebro, como o cerebelo, por exemplo. Caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada. Todas essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos 3 anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino.
Para o autista, o relacionamento com outras pessoas costuma não despertar interesse. O contato visual com o outro é ausente ou pouco frequente e a fala, usada com dificuldade. Algumas frases podem ser constantemente repetidas e a comunicação acaba se dando, principalmente, por gestos. Por isso, evita-se o contato fÃsico no relacionamento com o autista – já que o mundo, para ele, parece ameaçador. Insistir neste tipo de contato ou promover mudanças bruscas na rotina dessas crianças pode desencadear crises de agressividade.
Para minimizar essa dificuldade de convÃvio social, vale criar situações de interação. Respeite o limite da criança autista, seja claro nos enunciados, amplie o tempo para que ele realize as atividades propostas e sempre comunique mudanças na rotina antecipadamente. A paciência para lidar com essas crianças é fundamental, já que pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual. Alguns, ao contrário, apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades especÃficas – como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito especÃfico sobre informática, por exemplo. Descobrir e explorar as ‘eficiências’ do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento.
Não existe cura para autismo, mas um programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos programas aumentará os interesses da criança com uma programação altamente estruturada de atividades construtivas. Os recursos visuais geralmente são úteis.
O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.
Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado à s necessidades especÃficas da criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança. Há várias terapias para autismo disponÃveis, incluindo:
·        Terapias de comunicação e comportamento
·        Medicamentos
·        Terapia ocupacional
·        Fisioterapia
·        Terapia do discurso/linguagem
Existem diversos programas para tratar problemas sociais, de comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao autismo. Alguns desses programas focam na redução de problemas comportamentais e na aprendizagem de novas habilidades. Outros procuram ensinar crianças a como agir em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente. Um desses programas é a ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento, muito utilizado em crianças pequenas com algum distúrbio dentro do espectro do autismo. A ABA usa uma abordagem de aprendizado individual que reforça a prática de várias habilidades. O objetivo é que a criança se aproxime do funcionamento normal do desenvolvimento. Os programas de ABA normalmente são feitos na casa da criança sob a supervisão de um psicólogo comportamental.
Outro programa bastante recorrente como alternativa de tratamento é o TEACCH (sigla em inglês para Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação), que utiliza outros recursos visuais que ajudam a criança a trabalhar de forma independente e a organizar e estruturar seu ambiente.
O TEACCH tenta melhorar as habilidades e a adaptação de uma criança, ao mesmo tempo que aceita os problemas associados aos distúrbios dentro do espectro do autismo. Diferentemente dos programas de ABA, os programas TEACCH não esperam que as crianças atinjam o desenvolvimento normal com o tratamento.