Data: 15/12/2016
Mafra, Hospital São Vicente de Paulo, posto 3, turno da noite… José Herbst Buch chega para trabalhar com um sorriso no rosto. Sua missão como auxiliar de enfermagem, vai além da técnica.  Vestido com uniforme caracterÃstico dos Profissionais de Enfermagem, inicia mais uma jornada de trabalho, sempre disposto a levar alegria para todos com quem convive. José é aquele tipo de pessoa que vê na enfermagem uma vocação e acredita no poder do sorriso  e da alegria.
Sua história com a enfermagem começou em 15 de maio de 1985 motivado pelo sonho de ajudar as pessoas. Na ocasião, surgiu a oportunidade de trabalhar no Hospital São Vicente de Paulo, na época coordenado pelas irmãs da Ordem Filhas de Caridade São Vicente de Paulo. Nosso personagem começou como auxiliar de serviços hospitalares, depois atendente de enfermagem e hoje é auxiliar de enfermagem. Ama o que faz e conta que a passagem por setores do hospital permitiu que crescesse como profissional  – ali é sua segunda casa.
Com estilo de falar despojado e apaixonado pela profissão, José adora atuar no turno da noite. “Os horários são bem definidos e precisam ser seguidos à riscaâ€, conta. Tem medicação à s 22h e depois à s 2h, à s 4h e 6 h; além disso há as visitas, atendimentos, banhos, higienização e outras atividades. “São 31 anos e eu já me acostumei, já troquei o dia pela noite. Eu não me acerto trabalhar de dia, gosto do que faço e de trabalhar à noiteâ€. Com os outros colegas do posto – cinco pessoas – estão sempre prontos para enfrentar mais um turno, com todas as alegrias e dificuldades que só o ramo da saúde traz. “É preciso saber amar, dar a volta por cima, ajudar os familiares e saber conversarâ€. Sua relação com o hospital vai além da área profissional, é de amizade e confiança: seus familiares ali se trataram e tem orgulho de saber que receberam o melhor atendimento. “Minha mãe sempre me apoiou, pediu para que nunca desistisse da profissão, para que continuasse  e assim eu fizâ€, conta.
José lembra que apesar de conviver com a vida, a morte ainda assim é difÃcil; lembra que teve uma fase complicada em sua vida após a morte do irmão, mas que a sua famÃlia e colegas o apoiaram. “Eu levantei e fui em frente. É preciso sempre ter muita força.â€
Conta que foi o apoio das pessoas que ama e dos amigos lhe ajudaram, na época, a seguir levando alegria. Para ele, esse foi um aprendizado que o ensinou a entender como as pessoas se sentem nesses momentos. “O incentivo da famÃlia é fundamental para superar momentos tristes. Uma palavra confortaâ€, observa.
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Ensinamentos diários
Atuar em um hospital ou na área da saúde pode ser fonte de excelente aprendizado. “Muitos não têm noção de como é a rotina, como as pessoas lutam por suas vidas. Antes de reclamarmos das dificuldades deverÃamos pensar nisso e, assim, tudo se tornaria mais leveâ€. A luta diária pela saúde, pela vida é um grande combustÃvel que faz com que José busque auxiliar levando alegria e sorrisos. Ele lembra com carinho de uma senhora que atendeu, ainda no dia desta entrevista. Ela estava aborrecida, mas com as suas brincadeiras deu risada e, naquele instante, esqueceu os problemas. “Na enfermagem é preciso gostar de ouvir as pessoas, ter paciência, levar sorrisos e não apenas tratá-las. Às vezes o que as pessoas mais precisam é alguém que as escute†resume.  Abrir mão disso, seria abrir mão da missão. Ele conta que é difÃcil imaginar uma rotina, uma vida fora do hospital e, se um dia ele tiver que deixar essa rotina, sentirá muito. “Eu gosto muito disto aqui, a rotina e as amizades que a gente faz. Você poder conversar, orientar e, à s vezes, ouvir as pessoas no momento de maior tristeza, esperança ou medo. É muito animador e as pessoas gostam do nosso serviçoâ€.
Hospital e famÃlia
Duas paixões que têm seu espaço: assim José descreve a famÃlia (esposa e as duas filhas) e sua relação com o trabalho. Ele acredita que separar as duas rotinas é fundamental para uma real dedicação. José destaca que, quando sai do hospital, deixa as histórias para chegar inteiro para sua famÃlia. “Tenho uma rotina muito alegre, amo música e passar momentos com a minha famÃlia. Elas respeitam e admiram meu trabalhoâ€.  A força de vontade e a dedicação são motivos de orgulho para a famÃlia de José. Eduarda Mayara, filha mais nova, conta da alegria em participar da rotina do pai e mais do que isso, em ver como as pessoas se admiram, respeitam  são gratas.  “É um trabalho, muitas vezes, difÃcil, é preciso ter muito amor ao próximoâ€, diz a filha. A jovem está na fase de escolher a profissão e através do exemplo do pai, deseja seguir uma carreira em que possa ajudar as pessoas. “Levar saúde e alegria em cada atendimento é o exemplo que meu pai nos passaâ€.
Nesse ano de 2016, José  decidiu aceitar um novo desafio: a polÃtica. Ele foi candidato a vereador e conta que o melhor foi poder rever amigos e conversar. “Foi muito gratificante encontrar com pessoas que passaram pelo hospital, elas lembravam do atendimento. Esses tempos encontrei uma pessoa que lembrou que seu sobrinho foi atendido por mim, pela equipe, há 20 anos. É um sinal de que o atendimento marcouâ€, conta alegre e orgulhoso.  Essas histórias, os encontros e a possibilidade de seguir levando alegria e saúde são as razões de José querer melhorar o seu trabalho e o atendimento a cada dia. “Tudo isso é um incentivo para continuar trabalhando, cuidando do povo porque me dediquei a issoâ€, finaliza.  A grande mensagem que José deixa é a alegria, o desejo de viver e a certeza de poder, com pequenas ações, fazer a diferença na vida das pessoas. O turno termina e José parte para casa, sabe que a famÃlia o espera.