Data: 23/12/2016
No Hospital São Vicente de Paulo funciona a pleno vapor o Serviço de Controle de Infecções Hospitalares, setor essencial para o bom andamento dos trabalhos de todos nesta instituição de saúde. O CCIH está constituído no hospital desde 1992, como conta a enfermeira Denise Dallagnol, responsável pelo setor atualmente. “Conforme as determinações da Portaria nº 2.616/GM, de 12 de maio de 1998, que dispõe sobre a ‘obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH)’, possui uma CCIH atuante, que foi constituída através do Ato nº 01 da Diretoria Administrativa Hospitalar, em 26/11/1992, que instituiu o Regimento Interno da CCIH e nomeia seus membros executores e representantes”.
O Hospital São Vicente de Paulo, através da Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, participa de atualizações periódicas na área de Infecção Hospitalar, tendo participado em setembro deste ano do VIII Seminário de Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde de SC, onde estiveram presentes representando o hospital, a enfermeira da CME Teresinha Padilha, a farmacêutica Dione Ruthes e enfermeira Coordenadora da CCIH Denise Dallagnol.
“A prevenção da infecção hospitalar depende muito mais da instituição e de seus funcionários, do que dos pacientes e é feita através de medidas relativamente simples, porém essenciais, de realização obrigatória na rotina de qualquer hospital. Devem ser tomadas medidas de precaução padrão, independente de suspeitar-se de uma doença transmissível ou não, protegendo deste modo os profissionais e o paciente”, explica Denise. Entre as principais medidas estão: adequada higienização das mãos, com água e sabão ou gel alcoólico; uso de luvas quando há qualquer tipo de risco de contato com fluídos corpóreos; uso de avental, quando também há um risco de contato do profissional da saúde com fluídos corporais do paciente; prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes; descontaminação do ambiente após a alta do paciente; limpeza, desinfecção ou esterilização de todos os artigos e equipamentos antes de serem utilizados em outro paciente.
Precauções de contato também devem ser tomadas, quando há a confirmação ou até mesmo suspeita, do paciente ser portador de um microrganismo transmitido pelo contato. Quando se tratar de bactérias multiresistentes, é necessário o máximo empenho para prevenção de sua transmissão entre os pacientes.
Histórico
Os primeiros relatos no Brasil quanto à ocorrência de infecção hospitalar, surgiram na década de 1950, embora utilizasse o termo “contaminação hospitalar”, reportava como causas a esterilização do material hospitalar, o uso indiscriminado de antibióticos e o surgimento de microrganismos resistentes. Assim, a partir de 1968 surgem as primeiras Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) no país, vinculadas inicialmente a instituições de ensino.
Em 1976, através do decreto do Ministério da Saúde n° 77.052, de 19/01/1976, ficou determinado: “Nenhuma instituição hospitalar pode funcionar no plano administrativo se não dispuser de meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, pacientes e circunstantes”, indicando a necessidade de criação de CCIH nos hospitais, mas a medida não causou impacto pela falta de fiscalização. Assim, no ano de 1983, a Portaria nº 196 estabelece a obrigatoriedade da existência de CCIH.
Em 1997, é promulgada a Lei Federal nº 9.431 ratificando a obrigatoriedade da existência de Programas de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) e de CCIH em todos os hospitais brasileiros. Nesta Lei, fica definido como PCIH, o “conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares”. Ficando assim expresso, que as infecções hospitalares não podem ser eliminadas, mas reduzidas dentro de um limite máximo aceitável e controlado.